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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Entendendo as RAC’s da Vale

Quando eu era iniciante na Segurança do Trabalho, eu organizava e digeria mais e mais tudo o que havia aprendido no curso, mas mesmo assim se descortinava diante dos meus olhos cada vez mais universos inteiros de siglas e coisas a se saber e aprender.

Isso não me assustava, mas me irritava quando via algumas pessoas guardando informações, me escondendo ou omitindo explicações para talvez poder se sentir mais do que é e valorizar covardemente seu trabalho.


Eu me mantinha humilde e pedia explicações, mas cheguei até a ouvir de um sujeito, que ele não tinha tempo e, que se eu quisesse mesmo saber, então que o procurasse na empresa onde trabalhava e lá ele me atenderia melhor. Bom, penso eu que se na rua, com todo tempo do mundo ele não podia me dar uma explicação simples e breve, em horário de trabalho então que não iria mesmo!

A pergunta em questão era sobre o que eram os tão falados RAC’s da Vale, mesmo que eu visse explicações na internet algumas questões não me eram claras. Não era também nada que em cinco minutos de conversa informal ou menos não pudesse ser explicado.

Com isso, resolvi escrever esse post com uma informação breve e direta para os interessados que me precederem nessa busca por conhecimento e também, aos que pretendem um dia atuar dentro das áreas da Vale.

Partindo do zero é certo ter em mente que cada indústria tem suas regras de procedimento. Essas regras precisam ser conhecidas antes do candidato adentrar a área de trabalho para não agir fora do proposto.

Na Vale não é diferente, e há inúmeras regras a se conhecer e seguir. E em muitos casos para adentrar ao complexo industrial é preciso ter um passaporte. Só co ele se tem sua entrada liberada... Mas não ainda suas atividades! Para ter as atividades liberadas você deve ter recebido devido treinamento nos Requisitos de Atividades Críticas (RAC) relativos à atividade que irá exercer. Quando se tem esses cursos, os mesmos são relacionados no passaporte, assim tornando a pessoa apta a exercer alguma atividade dentro do complexo industrial. Apta não quer dizer que possa sair fazendo a atividade sem um supervisor e uma ordem de serviço! Há fiscalizações passando o tempo todo, e tudo têm que estar certo pra evitar problemas, acidentes e até sabotagens e espionagem industrial.

Existem ao todo 11 RAC’s e fazem parte do (SGSS) Sistema de Gestão de Saúde e Segurança da Vale.
 
RAC 01 – TRABALHO EM ALTURA
O trabalho em altura é realizado através de escadas, andaimes, plataformas aéreas, cadeiras suspensas, telhados equipamentos elevados, postes, torres, dentre outros, onde  haja potencial para quedas de nível diferente. Os principais aspectos de prevenção estão relacionados à especificação e à condição dos equipamentos bem como ao uso de capacetes e cinturões de segurança.

RAC 02 – VEÍCULOS AUTOMOTORES
Aplica-se aos veículos com capacidade de até 5 passageiros, veículos de carga, minivans, vans, mico-ônibus e automóveis com capacidade de 12 passageiros para áreas de prospecção mineral. Os principais aspectos de prevenção estão relacionados aos dispositivos de segurança, à condição dos veículos, além  do comportamento seguro da parte dos motoristas.

RAC 03 – EQUIPAMENTOS MÓVEIS
Aplica-se a todos os equipamentos móveis, tais como: escavadeiras, pás carregadeiras, tratores de esteira/pneus, motoniveladoras, motoescreiper, retroescavadeiras, caminhões fora de estrada e outros caminhões. Os principais aspectos de prevenção estão relacionados às vias de circulação, aos dispositivos de segurança, à condição dos equipamentos, além do comportamento seguro da parte dos operadores.

RAC 04 – BLOQUEIO E SINALIZAÇÃO
Aplica-se ao bloqueio de fontes de energias (elétrica, mecânica, hidráulica, pneumática, química e térmica) durante construção, montagem comissionamento, operação, manutenção, retorno ao serviço, emergência modificação de equipamentos e descomissionamento. Os principais aspectos de prevenção estão relacionados à emissão da Permissão de Trabalho e à aplicação correta dos dispositivos de bloqueio e sinalização.

RAC 05 – MOVIMENTAÇÃO DE CARGA
Aplica-se a todas as atividades de guindar, transportar e movimentar cargas. Os principais aspectos de prevenção estão relacionados à especificação e à condição dos equipamentos e dos acessórios, ao planejamento da atividade, inclusive à capacidade de carga, além do comportamento seguro por parte dos operadores e das demais pessoas envolvidas.

RAC 06 – ESPAÇO CONFINADO
Espaço confinado é um local não projetado para ocupação humana contínua, com  meios limitados de acesso, que possua ou possa vir a possuir uma das seguintes condições:

1) Ventilação insuficiente para remover contaminantes; ou

2) Deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

Os principais aspectos de prevenção estão relacionados à emissão de Permissão de Trabalho, ao uso de Equipamentos de Proteção Individual e ao acompanhamento contínuo de um vigia.

RAC 07 – PROTEÇÃO DE MÁQUINAS
Aplica-se a todas as máquinas, equipamentos e sistemas operacionais que possuam partes móveis ou provoquem lançamento ou queda de materiais ou fragmentos. Os principais aspectos de prevenção estão relacionados à  especificação e à integridade das proteções, bem como ao cumprimento do requisito de não se retirar inadvertidamente as mesmas.

RAC 08 – ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES
Aplica-se a todas as atividades que envolvam projeto, construção, inspeção, manutenção e recuperação de taludes de cortes, taludes de aterros, pilhas de quaisquer materiais, incorporando as obras de contenção em desníveis de terra criados ou existentes. Os principais aspectos de prevenção estão relacionados ao projeto dos taludes e à verificação diária da condição dos mesmos.

RAC 09 – EXPLOSIVOS E DETONAÇÃO
Aplica-se a todas as atividades de manuseio, fabricação, transporte, armazenagem, carregamento dos furos e detonação de explosivos. Os principais aspectos de prevenção estão relacionados às condições de armazenamento e transporte.

RAC 10 – PRODUTOS QUÍMICOS PERIGOSOS
Aplica-se a todas as atividades que envolvam manuseio, transporte e movimentação interna e armazenamento de produtos químicos perigosos em qualquer estado físico (sólido, líquido ou gasoso). Os principais aspectos de prevenção estão relacionados às condições de armazenamento, à disponibilidade de recursos de emergência e ao uso de Equipamentos de Proteção Individual.

RAC 11 – TRABALHO COM ELETRICIDADE
Aplica-se às atividades em instalações elétricas e aos serviços com eletricidade. Os principais aspectos de prevenção estão relacionados à especificação e à condição dos equipamentos, bem como ao uso e a Equipamentos de Proteção Individual.


sexta-feira, 30 de setembro de 2016

HUET e CBSP, minhas impressões!

Quem se interessa pela área de offshore sabe que seja qual for sua área profissional, atualmente é exigido que se tenha os cursos chamados de HUET e CBSP, antigamente conhecido como SALVATAGEM.

Ambos tem o objetivo de preparar o candidato para os sinistros que podem ocorrer em uma atividade no mar, ou uma queda de aeronave no mar. A final, se você está indo trabalhar em uma plataforma de petróleo, você só tem como acessa-la pelo mar ou pelo ar.

E é disso que se trata o curso de HUET – Helicopter Underwater Escape Training, que em uma tradução livre é, Treinamento de Escape de Aeronave Submersa.
O curso de HUET consiste em simular a queda de um Helicóptero que esta transportando os colaboradores até a plataforma. O candidato é treinado e aprende a escapar da aeronave caso a mesma venha a cair no mar. Mas é muito mais do que isso.

O curso ensina técnicas para os náufragos manterem evitarem o avanço da hipotermia, técnicas de como transportar feridos até o resgate do bote salva-vidas, além de mostrar recursos das baleeiras e como utiliza-los.


Como bem disse um instrutor do curso, sempre alguém pergunta qual é o real objetivo do mesmo. E a resposta é, se formos enxugar ao máximo para chegar no cerne de uma objetividade aqui entenderemos que tudo é feito para que o candidato aprenda a não perder suas referências... Explico: Em caso de uma queda do helicóptero ao mar, ou mesmo de um pouso forçado na água, a maior parte do peso da aeronave está na parte de cima, e por isso, mesmo com flutuadores abertos, em algum momento ela vai inevitavelmente virar “como um joão bobo, sempre em pé por ter a base mais pesada”. Nesse momento, se os passageiros não tiverem saído, certamente terão que sair da aeronave submersa... E de cabeça para baixo. No desespero, a tendência é confundir as referencias, pois o em cima virou embaixo... A menos que se treine e esteja preparado para esse tipo de escape. Por isso ele é hoje obrigatório.
Já o CBSP – Curso Básico de Segurança em Plataforma, embora seja também bem prático, há seus momentos de sala de aula, com matérias de Conscientização de Proteção e Auto-preservação, Responsabilidade social e Primeiros Socorros Elementares, embora neste momento já se comece a adentrar em partes mais praticas. Depois de certo sofrimento de algumas horas na piscina como um naufrago aprendendo técnicas para se salvar, entra-se na parte QUENTE do curso, que é a parte pratica de fato do CBSP... O Combate à Incêndio!




Eu já havia feito curso de combate a Incêndio com a AMR na Vale para ser Auxiliar da Brigada no Complexo de Tubarão. Porém, este curso, feito pela Shelter no Rio de Janeiro, foi bem mais completo e me surpreendeu por isso.  Além das coisas normais do curso de combate a incêndio, como utilização, guarda e conservação, das mangueiras; uso de extintores para debelar o fogo e etc, por fim, tivemos o teste final do “labirinto de fogo”.
Claro, não é um labirinto de FOGO, mas mais um treino para se aprender  a manter o auto controle. Aliás, nesse momento final, o “grito de guerra” muda para PRECISO MANTER O AUTO CONTROLE. Nessa hora, a equipe que acabou de apagar os focos de incêndio, entra em um container esfumaçado cujo interior é um labirinto sem visibilidade nenhuma por conta da fumaça. O grupo deve estar unido para encontrar a saída, simulando um escape de um incêndio em uma plataforma.

- Parabéns a equipe da Shelter pelo excelente curso e pelos profissionais humanos e responsáveis que possui. Nota dez é pouco! 

Acrescento que aprendi com essa equipe muito além do conteúdo além de terem eliminado pequenas duvidas que eu carregava insolúveis e mesmo uma sensação de que jamais absorveria de todo algumas técnicas de primeiros socorros. Com isso posso dizer que além de ensinar mais sobre meus limites, também me levou a superações.
Vale lembrar que o Curso de CBSP é para quem irá atuar em PLATAFORMA, mas há também o CBSN, que comunga em muitas matérias, mas é focado ao publico que irá embarcar em NAVIOS.

domingo, 9 de agosto de 2015

Treinamento Introdutório - Sua Intensão e Roteiro

Sempre que um ou um grupo de novos colaboradores é contratado, o Técnico em Segurança do Trabalho deve reuni-los, se possível antes de iniciarem suas atividades na instituição para o Treinamento Introdutório.

Nele, os novos funcionários deverão tomar ciência das políticas da empresa, normas, direitos e deveres dos funcionários e empregadores. Sempre que alguém é contratado, é natural que ela venha cheia de vontade de mostrar serviço, logo, é no treinamento introdutório que ela deve ser orientada pela primeira vez sobre sua própria segurança no trabalho e também dos riscos de sua atividade.
A ambientação sempre deixa de ser um treinamento para se tornar uma conversa muito prazerosa, e nos da à chance de conhecer um pouco das pessoas que estão chegando.

Independente da profissão que cada um irá exercer, o treinamento introdutório pede certas orientações chave. Por isso, o roteiro de assuntos abaixo é o que eu sigo e agora divido com você leitor:

·         Políticas, visão e objetivos e metas da empresa;

·   Orientações básicas de Segurança do Trabalho “após dizer as políticas e objetivos da empresa, tento aqui orientar que não venham com vícios de trabalho de empresas anteriores e que quem faz sua segurança laboral é você mesmo, a empresa lhe da meios de se proteger.”;

·        O que é o SESMT “aqui, é o momento de mostrar que a Segurança do Trabalho existe para ajudar, não para tolir, e que podem nos procurar a qualquer momento e estaremos prontos a atender e buscar soluções para ajudar no que for possível”;

·         Conceito de acidente;

·         Conceito de acidente do trabalho;

·         Incidente + Pirâmide de Frank Bird;

·         O que leva ao acidente então? Negligência, imprudência, imperícia;

·    Causas dos Acidentes de Trabalho: Ato inseguro, condição insegura, fator pessoal de insegurança;
·         Consequências dos acidentes de trabalho: para empresa, para o colaborador;

·         Tipos de riscos ambientais;

·      Uso dos EPI’s “porém apenas de passagem, pois normalmente o Treinamento Introdutório é seguido pelo Treinamento de EPI, onde o assunto é mais amplamente explorado”;

·       Apresentação do PCMSO... “é fácil falar para quem esta sendo contratado, pois certamente acabaram de fazer os exames adicionais, logo, facilita explicar que há um documento medico laboral que protocola os exames que eles tiveram que fazer para entrar, para mudar de função, periodicamente e para se desligarem da empresa”;


·         Apresentação do PPRA, “Embora seja um documento interno da empresa, ele é de todos, e o funcionário pode solicitar vê-lo para tomar mais ciência dos riscos de sua atividade e até mesmo, ajudar a melhora-lo com sua experiência”.

Como podem ver, o treinamento introdutório é uma ótima maneira de conhecer quem esta chegando e ambienta-los. Uma confusão que sempre surge em sala de aula é a diferença entre treinamento introdutório e Briefing.

Briefing é normalmente um vídeo ou slide passado a quem adentrará uma área restrita, perigosa, complexos industriais por exemplo. É uma ambientação rápida, normalmente seguida de teste para ver se as pessoas absorveram os conceitos que foram explicados. O que é diferente e bem menos abrangente do que o Treinamento Introdutório para novos colaboradores! Pode também o briefing ser apenas uma conversa breve antes de iniciar algo, a final, essa é a definição de briefing!


segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Roteiro de Treinamento de EPI

Quando novos funcionários são contratados, é de praxe que o Técnico em Segurança do Trabalho ministre dois treinamentos básicos. Primeiro o Treinamento Introdutório, para ambientação dos novos funcionários, onde já se fala do uso de Equipamentos de Proteção. Em seguida é dado o treinamento somente sobre o uso e guarda dos EPI’s.

Este treinamento salientará a importância do uso correto e as consequências legais quanto a negligência de sua utilização. É imprescindível nesse momento orientar que as leis básicas que regem as questões referentes aos equipamentos de proteção são a Portaria 3.214/78 de 08 de Junho de 1978 da CLT e a NR06 – EPI… logo se constituí uma LEI.
Os colaboradores muitas vezes veem os EPI’s como algo simples, sem muito valor por serem muitas vezes descartáveis e pequenos. Esse treinamento é justamente para criar a consciência de não ser somente algo muito importante, mas também seu uso, guarda e conservação são regidos por leis. E o seu não uso e uso indevido, incorrem em serias medidas administrativas, que em caso extremo, podem levar até mesmo a demissão por justa causa.

Após essa etapa, deve-se orientar sobre as responsabilidades do empregador quanto aos EPI’s, mostrando que essas atribuições estão na: 
NR06 – 06.6.1.
a) Adquirir o adequado ao risco de cada atividade;
b) Exigir seu uso;
c) Fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
Em seguida é claro, passamos as responsabilidades do empregado quanto aos EPI’s:
NR06 – 6.7.1.
a) Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
b) Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
c) Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,
d) Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Por fim explicar que todo EPI entregue possui C.A. “Certificado de Aprovação”, que para um equipamento receber um C.A. ele passa por rígidos testes de qualidade.
O que não quer dizer que o funcionário irá se adaptar ao equipamento padrão que a empresa está utilizando, e que nesse caso, ele pode solicitar outro que se adapte as suas necessidades. 

Afinal, ninguém é igual!