O avanço da
tecnologia nos deu maior acesso a informação. Fato. Nos deu também mais
acesso uns aos outros e certamente hoje, aquela ideia dos “seis graus de
separação” poderia ser reescrita. Mas temos maior acesso a tudo: serviços,
entretenimento... Distrações.
Nisso chegamos a
Nomofobia, o vício por ferramentas tecnológicas, principalmente celular, que
hoje se configura um verdadeiro COMPUTADOR ÍNTIMO.
- Caso você esteja
apresentando os seguintes comportamentos:
- Constantemente
controlando seus e-mails;
- Não sai das redes
sociais e deixa até de se alimentar para permanecer no chat;
- Escuta o telefone
tocar ou vibrar mesmo estando desligado (sintoma fantasma);
- Tem tendência a
supervalorizar relacionamentos superficiais nas redes sociais em detrimento dos
relacionamentos reais;
- Não consegue
ficar sem o celular, mesmo em ambientes inapropriados, tais como restaurantes,
reuniões, levando o aparelho até mesmo quando vai ao banheiro...
Cuidado; esteja
atento! Você pode ser um nomofóbico.
Mas por que o nome
da compulsão caracteriza uma fobia?
A nomofobia é uma
compulsão caracterizada pelo medo irracional de permanecer isolado e
desconectado do mundo virtual e suas interações sociais. A internet é uma nova
forma de vida social, e é natural do ser humano a busca pela aceitação.
Na abstinência do celular
ou tablet (internet), os sintomas são muito semelhantes aos da síndrome de
abstinência de drogas como álcool e cigarro. Vale a pena ressaltar que a
nomofobia está geralmente relacionada com comorbidades secundarias de outros
transtornos, principalmente os transtornos de ansiedade, tais como fobia
social, síndrome do panico e transtorno obsessivo compulsivo.
Os principais
sintomas da abstinência do celular/internet são: angustia, vazio existencial (a
vida parece não ter mais sentido), desespero, estresse, irritabilidade,
náuseas, taquicardia, sudorese, tensão muscular, panico, dentre outras
manifestações.
Dopamina e
internet:
Não podemos falar de
dependência ou vicio sem compreendermos como isto acontece nos bastidores do
nosso querido cérebro. Por este motivo, é imperativo falar da dopamina, a
molécula do prazer, pois ela está diretamente relacionada com o nosso circuito
de recompensa. A dependência do smartphone é como um vicio qualquer,
apresentando, portanto, potencial aditivo e tendo como pressuposto a
exclusividade, a tolerância e a abstinência, tendo igualmente a participação da
dopamina em seus processos bioquímicos.
Além disso, o uso
exagerado do aparelho pode causar inúmeros problemas de saúde física como:
problemas de coluna, torcicolo, tendinites, insônia, estresse, ressecamento da
retina, perdas auditivas, dentre outros.
Problemas de ordem
emocional e psicossocial não ficam de fora, pois nossas crianças e adolescentes
constantemente conectadas no mundo virtual, sofrem perda na capacidade de
interação interpessoal, pois estes não desgrudam do celular para poder ficar
mais tempo nos jogos e nos chats, esquecendo de interagir com pessoas reais e
de realizar atividades cotidianas normais. Em alguns países, o uso excessivo do
celular já é um problema de saúde publica.
O grande X da questão
é que todos os dispositivos que os smartphones e tablets oferecem é o de
proporcionar prazer e recompensa. Através desta logica, se algo nos proporciona
prazer (ou dopamina no cérebro) a estratégia ou recurso mais eficaz, é
substituir o prazer ocasionado pelo uso do celular,por outros reforçadores que
podemos encontrar no nosso ambiente: Um amor real, atividades esportivas e interativas,
a companhia de amigos em uma festa, tentar resgatar hábitos positivos e
mantenedores de relacionamentos reais com amigos e principalmente com a
família, e assim resgatar o afeto, o carinho, o toque e o “olho no olho”. Em
outras palavras, presentificar as nossas vivencias reais.
A questão do uso
patológico de chats e redes sociais, é que projetamos nossas pendencias e
carências emocionais como um meio de contrabalancear o que não conseguimos ter,
ser ou resolver na “vida real”. Encarar a realidade tal como se apresenta e
procurar estratégias eficazes de inserção social, reconhecimento e resolução de
problemas existenciais, é o primeiro passo para vivermos uma vida sem
artifícios e mascaras. É necessário ter auto aceitação da nossa identidade para
que tenhamos uma melhor qualidade de vida.